terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Já não sinto mais saudades como sentia há anos atrás


Sempre que tava morando fora do Brasil, aconteciam duas coisas que se repetiam. Era automático. Mesmo que eu nem estivesse pensando.

Uma era sonhar com pessoas que já não tinha contato há muitos e muitos anos ou com pessoas da minha infância e adolescência. Uma doideira ! Voltava na minha cabeça a turma toda que já morreu, realmente uma volta ao passado. Muito interessante mesmo! E tinham os sonhos que se repetiam, sonhos que aconteciam só quando tava longe na terrinha.

Alô Freud! Dá pra explicar essa?

Outra coisa era : passava a semana toda no turbilhão de trabalho, correria, sobe e desce, chegar em casa e dar uma geral, fazer comida, fazer compras, aquelas coisas normais. No sábado, normalmente, era dia de fazer reposição de geladeira, lavar roupa, dar faxina na casa, aqueles afazeres que só dão prazer e alegria.

Mas, quando chegava o domingo, o bicho pegava. Se ficasse em casa, o salário ganho na semana ia todo pra cia telefônica local. Garrava a ligar pra todo mundo. Uma conversa puxava a outra. Um amigo ou parente fazia lembrar de outro e passava o dia no telefone. Era um tal de desfolhar a agenda de A a Z. Uma delícia !

Essa história toda tô contando porque, tava pensando, agora, em como os tempos mudaram. E mudaram numa velô de assustar. Outro dia mesmo, telefonar era muito caro. Se quando a gente atendesse o telefone, viesse aquele sonzinho super conhecido, que sabíamos que era Brasil, já podíamos atender sentados porque lá vinha merda. Raramente alguém ligava pra papear ou só pra matar as saudades.

Hoje, a gente conversa o dia todo pelo msn ou skype, ou mesmo por imeios e telefone, pra Deus e o mundo em qualquer lugar do mundo. Meu amigo lá do Nepal sabe o que almocei hoje, sei que ele comprou um sapato novo, minha amiga que mora na Suiça e que tá voltando agora pra casa, disse bye pelo telefone, chegando em Sampa nos falamos de novo se ela se esqueceu de algum recadim e, amanhã, quando eu acordar, ela já vai estar no msn, contando sem nem falar "Oi! Tudo bem?" que o voo foi uma peleja, atrasou, mil revistas etc e tal. E, sem a menor cerimônia que a distância poderia oferecer, diz "tô saindo pra comprar comida porque, um mês fora de casa, não tem nem leite pra tomar.
Bye. Até mais tarde."

A minha preguiça mental, pra reflexões em geral, não me deixa questionar se antes era bom e agora ficou melhor, ou se agora piorou, ou se tenho saudades de antes, ou sei lá mais o quê.

Deixo pra vocês essa parte.
Então, quando eu digo que saudade, surpresas, emoções fortes nos encontros depois de grandes ausências, frio na barriga ou mesmo dor de barriga, porque vamos conhecer um outro país ou outra cidade, já não acontece mais, as pessoas pensam que tô exagerando. Não existe mais aquele abraço de quebrar costelas de taaaannnta saudade.
Existe?
" Não nasci para ficar fixo em um único canto. Minha pátria é o mundo inteiro." Sêneca

12 comentários:

  1. É por essas que admiro tanto a sua coragem. Era você e o mundo.
    "Coisa que gosto é poder partir sem ter planos... melhor ainda é poder voltar quando quero"
    Bjo Tita!

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  2. Não precisamos ter medo do mundo, Birosca. Ele nos acolhe.
    bjins

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  3. Eu já refleti um cadim sobre isso outro dia...
    Acho que agora, com MSN's e Skype's, é melhor pra encurtar a distância e diminuir as saudades entre os que realmente moram longe!!! Porém, contudo, todavia, entretanto, acho pior para os que moram perto, poderiam se ver mais e não o fazem...
    Na semana passada marquei de sair com uma amiga que eu não via fazia mais de um ano... Direto a gente combinava e desmarcava e olha que moramos em bairros vizinhos... O engraçado é que não tinha assunto pendente, porque quase todo dia falamos pelo MSN até coisas do tipo: "peraí que vou ali em baixo comprar uma coca e já volto pra você me contar daquele sapato que viu lá na Savassi", rsrs!!!
    Isso é estranho, hein Freud?!
    Bjoca pra vc Iêda!!!

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  4. E ainda te manda a foto do sapato. Outro dia vi uma mãe na loja mandando imagem de uma roupa pro filho pelo cel. E e o filho ainda disse: pirou mãe? nem fudendo!!! hhheeee..tempos modernos.
    bjins

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  5. Não temos mais intervalos de solidão nessa nuvem online que virou as relações humanas. Só espero que a medicina evolua na mesma rapidez que passamos a usar estas novas ferramentas tecnológicas, para dar uma sobrevida em contrapartida ao que o stress da necessidade de rapidez tira de saúde da gente.
    Abraços.

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  6. Povo me surpreende a cada dia. Amo você meu bem. Deus te dê muita luz e muitos anos de vida cheios de saude pra nós aproveitarmos muito ainda desse corpete e dessa cabeça....rs.
    bjins

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  7. Ieda Amada
    Freud explica... mas só no consultório rsrsrs Sabe uma coisa esquisita que me aconteceu? Recebi uma carta via correio esse final de ano e amei!!! Achei tudo de bom: escrita a mão...UAU bateu uma saudade da época que a gente fazia amizade em acampamentos com gente do Rio, Sampa e aí depois ficava esperando carta, na caixa do correio quiném uma coluna do templo rsrsrs. Tenho uma saudade....
    Beijuuss n.c.

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  8. hhheeeeeeee......só no consultório e mediante pagamento adiantado.....hhheeeeee. Vou esperar um momento em mesa de bar e levanto o assunto. Vai sair di gratis......rrrsssss
    Lembra das bancas de rua com cartões de Natal? Escafederam-se.
    bjins

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  9. Fiquei pensando no dilema da saudade, de se era melhor antes ou agora, cheguei a lugar nenhum e decidi: que se dane a saudade!

    Mas não abro mão do abraço apertado, do sorriso molhado, que amor sem fim...

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  10. Tb. tenho preguiça de pensar inda mais com o calorão da porra! To andando de crachá...nem meu nome lembro mais...rs.
    bjins

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  11. Êta Bernardo, você é lindo por dentro e por fora. Orgulho da sogra!
    Ieda, amei andar de crachá pra lembrar o nome. Só você mesmo!

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  12. Faz parte do kit. Anexo:tel do médico, tipo de sangue, 1 troca de fralda, remeido pra zonzeira.
    hhheeeeeeeee
    bjins

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