quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Povo da imigração é carente de prosa.


Passar pela imigração nos EUA sempre é motivo de tensão. Não importa se você tá super correto,  tudo legal, passaporte, visto, muita grana no bolso, sempre fica uma dúvida quanto ao humor e boa vontade de quem vai te entrevistar.
Eu nunca tive problema aqui, sempre a entrevista vira papo, inclusive, quando estava vindo do Iraque, a curiosidade sobre o que tava fazendo por lá sempre foi grande. Como fui parar lá, era sempre motivo pra muita prosa.
Desta vez, queriam saber como rodava tanto. Queriam saber como vou e volto e fico tanto tempo, ainda mais, depois que  disse que não trabalhava. Isso é motivo pra pirar o cabeção de qualquer americano.
- Não trabalha? Como assim?
Já ouviram falar em aposentadoria? Em querer viver melhor com o mínimo de grana? Isto não existe pra eles.
Pra se aposentar acho que precisa ter uma cara de velhinho, já no final de carreira. Quando digo que me aposentei e tô vindo visitar amigos e ficar 2 meses, aí é que a coisa fica feia mesmo...rs. Qual amizade resiste há 2 meses de visita? Eles não sabem do meu truque de mudar de casa há cada semanas....hehehe.
Entrando agora mais uma vez, o Mané queria saber onde eu morava.
- Brasil.
- Brasil? Em qual cidade?
- Belo Horizonte, conhece?
- Bêêlou  Horrizonteee...São Rio Preto...
Eu.
- Belo Horizonte é Minas Gerais. São José do Rio Preto fica em  São Paulo.
- Minaxxx Dirraixxx...
Este lenga lenga não me intimida...Se começam a perguntar e você se intimida, ou fica nervoso, parece que o lado sádico deles comeca a salivar... Não dou esta chance...rs.
Enfim, depois de colocar mais uma vez minhas impressões digitais e tirar mais uma foto pra engordar o arquivo deles, veio o  "Benvindo aos EUA", e me despachou.
Dizem isso pra todos. Não pense que você tem algum privilégio.

Bão, fui pegar minha mala. Esqueci de dizer, que chegeui no final do dia, mais precisamente às 4 e 20 da tarde, e todo mundo tava voltado do Thanksgiving. Quiném retorno nosso de Semana Santa ou carnaval. Juro, que deveriam ter umas 2.000 pessoas pra passar. E tanto demora a fila dos nativos, quanto a dos visitantes. Quando este Zé me dispensou, olhei no relógio e eram 6 e 10. Puta que o pariu! Ninguém merece! Tava doida pra ir ao banheiro, mas resolvi pegar minha mala, antes, que eles explodissem ela, parada a tempo tempo na esteira. A minha e da metade do povo. So por isso não explodiram.
Quando peguei nela, um criolo super sorridente me disse:
- Demorou hein?
E eu respondi:
- 2 horas naquela fila...
E, cruzando as pernas, falei.
- Vou fazer xixi aqui.
Ele riu até e falou.
- Deixe a mala aqui que eu olho, e corre lá,  me apontando o banheiro. E lá fui eu, voltando pra onde tinha acabado de  sair. Passei quiném um foguete e ninguém disse nada.
Na volta ele perguntou:
Tá feliz agora?
E eu:
- Me sinto uma nova mulher.
Ele gargalhou de novo.
Pensa que acabou? Ainda não.

Peguei a mala e já tava saindo, ia entregar o papel da bagagem e tinha uma fila de policiais fazendo uma espécie de barreira. Um deles,( gato por sinal ) viu minha sacola e me parou. Eu tava com uma sacola de plástico do hotel em Telaviv, toda escrita em hebraico.
Olhando pra minha mala disse:
-Você tá vindo de onde?
- Israel.
- Israel?
- dãn!!
- E o que foi fazer lá?
- Rever o país e os amigos?
- Amigos? Você tem amigos em Israel?
Como vi que a conversa ia prolongar, fui avisando:
- Não falo bem inglês.
Ele:
-Seu inglês é muito bom.
Entao tá, me engana...
-Tenkiu.
E voltando à vaca fria.
Voce tem amigos em Israel?
-Tenho muitos, há muitos anos atrás trabalhei em um Kibbutz lá.
-Tabalhou? Fazendo o que?
-Trabalhei como voluntária, com crianças.
- Mesmo?
- Procê ver. ( isso não disse, só pensei).
- E Israel tá bom, notou alguma diferenca, alguma mudanca?
- Claro! Tá muito diferente, TelAviv é uma cidade linda, cheia de prédios novos, muito organizada, linda. E meu Kibbutz não mudou muito. A não ser que perdi alguns amigos. Dois morrerem.
- Sinto muito.
- Ok.
E juro, que me esquecendo que tava sendo entrevistada, fui começando a andar, tava cansada, viagem longa, e só faltou eu dizer:
- Me desculpe, mas vamos continuar essa prosa noutra hora, porque tenho que ir pra casa, tá ficando tarde.
Ele, meio decepcionado com minha falta de interesse na conversa, desejou o automático e polido  "Welcome to the USA", deu bye bye e eu vim pra casa.
Conheçe aquela história, de que quem não deve não "treme"? Pois é...nem me toquei que tava com uma sacola de Israel, que não é inimigo dos EUA, mas, que eles estão sempre atentos.
E ainda vou sair de novo e entrar daqui há um mês. Acho que desta vez eles realmente vão querer saber do meu segredo.
Não digo nem sob tortura...heheheheeeeeeeee....

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dia bom pra ficar dormindo, mas com o taxímetro rodando em dólar....

Resolvi dar uma voltinha, enquanto espero o sol que a meteo prometeu pra amanhã. A ventania rolando solta. As últimas folhinhas que insistiam em se agarrar aos galhos das árvores estão partindo de vez. Uma ou outra mais forte, ainda vai aguentar até a próxima chuva ou ventania.

                                                                 
                                                                      Lembra de mim?


               Eu era assim há um mês atrás. Daqui há mais um mês você me verá branquinha de neve.


            
                     Quando a gente tá de bem com a vida, até um dia de chuva, ventania e frio fica bonito.


Este raminho que tinha conseguido continuar verdinho até hoje, não resistiu ao vento.

Lavando depressa a roupa suja antes que ela fuja de novo

E chego em NY com todas as minhas roupas gritando pra ir pro tanque. As minhas e as da Dadá. A fome de aproveitar tudo da viagem, não me deu tempo de lavar nada. E ainda teve  desvio. Que desvio?
Seguinte: saindo de Eilat, depois de Petra e do Egito, subimos pra boiar no Mar Morto, e voltar pra TelAviv. Deixamos o Hotel, tralhas e mais tralhas, povo cheio da compras e sacolas, colocamos tudo dentro do carro e zarpamos. Tudo muito bom, tudo muito bem, e, quando chegamos no Hotel em TelAviv, peguei minhas coisas e não encontrei duas sacolas de plástico, grandes, onde tava toda a roupa suja, sandália, transformador e outras tralhas, que nem me lembrava mais quais eram, que enfiei nelas de última hora.
Perguntei pra todos e não tava com ninguém, então só podia ter ficado no Hotel de Eilat. Eita peleja. Nil ligou pra lá, e tava sim. Guardaram e nos informaram, que era só mandar o FEDEX buscar, que eles entregariam e trariam pro nosso Hotel em TelAviv. Chic.
Taca o Nil a ligar pro FEDEX, dando todos os dados, e nos informaram que elas demorariam de 2 a 3 dias pra serem entregues. Tudo bem, ainda ficaríamos 1semana. Tempo de sobra.
E me esqueci delas. Na quinta-feira à noite,  lembrei das danadas e perguntei na portaria do Hotel.
- Por acaso não entregaram um pacote pra mim?
Cara da recepção.
- Era seu  pacote? Vieram entregar mas não aceitei. Não tinha nome.
-Claro que era, eu avisei.
Só, que trabalham vários na recepção e mudava o povo todo dia. Este, não ficou sabendo da minha roupa extraviada.
- Mas não tava com meu nome?
- Não.
Na confusão das muitas novidades, o Nil, que ligou pra mim, se esqueceu de dar meu nome. Só deu o nome do Hotel.
Esperamos sexta-feira, e, calmamente lá pelas 9 da manhã ligou ele de novo pro FEDEX. Descobrimos, que o escritório não ficava emTelAviv, ficava numa cidade próxima, e que fechariam ao meio dia e não abririam no sábado. E eu ia viajar na madrugada de domingo. Legal!

Então lá vai mais uma dica quando você viajar pra Israel ou países musulmanos. Sexta-feira e sábado, tudo fecha. Pra um ou pra outro. O FEDEX pra agradar a gregos e troianos fecha nos dois dias. Segundo quem atendeu o telefone, não daria tempo de trazer minha encomenda, mas, poderiamos buscá-la até o meio dia.
Descemos pra portaria e fomos nos informar sobre onde ficava a bendita cidade.
Já contei aqui, que quando trabalhei no Kibbutz, que fica a 12 km de Asquelom, quando alguém ia pra lá, dizia que tinha viajado. País pequeno andar 12 km vira viagem.
Aconteceu a mesma coisa. O terrorista do recepcionista do Hotel, perguntou:
- Vocês tem GPS?
- Não.
Pegou um mapa de TelAviv, com uma cara de; "vocês tão fudidos",  e nos mostrou até onde o mapa ia. E disse:
- Daqui pra frente, vocês perguntam. E fiquem de olho nas placas!

Neste dia me lembrei, de quando todo mundo começou a ter um imeio, um endereço eletrônico e eu não tinha, então falei pra mim mesma:
- Será que vou ter que ter mais isso agora, pra não ficar à margem desta sociedade em que vivo?
Teria.
E agora é o tal do GPS. Se você não tem, é como se tivesse excluido da capacidade de se locomover.
Falei pro pessoal:
- Só não dou uma resposta pro moço, pra não ser grosseira, ele tá sendo super gentil. Mas pensei no ato:
- Temos boca.

E partimos pra  Petach Tikva
                        90 Jabotinski ST
                        Petach Tikva 
em busca das sacolas perdidas.

Como íamos passar o dia em Jerusalém, demos sorte, porque a cidade não ficava muito fora da rota. Evidente que encontramos, chegamos a tempo, recuperamos as roupas perdidas e, olhe o estado em que encontramos as sacolas. Pensei que eles colocariam pelo menos em uma caixa de papelão. Qual o que!
Do jeito que pegaram no Hotel de Eilat elas chegaram pra mim. Paguei 40 shequel pela entrega pela metade. Podia ter pedido desconto, né? Nem me lembrei. Também não valeria a pena. Perderíamos minutos preciosos do dia maravilhoso, que tivemos em Jerusalém.

Povo esquisito!!!


Se vazou alguma peça por este buraco, jamais vou saber...rs.


As roupitchas finalmente no seu destino. Ocupei quatro máquinas e aproveitei pra lavar tudo que vi pela frente nesta casa.
E já passo a dica pra você. Gastei 10 dólares. Cada máquina cobra $ 1,25  pra lavar e a secadora cobra $ 0,25 por dez minutos. Como tinha muita coisa pesada, como toalhas de banho, gastei 5 pratas pra lavar e 5 pra secar.

E quem quiser que conte outra...

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